Em uma cidadezinha no Sertão de Pernambuco, morava uma moça chamada Maria, seu maior sonho era ser Doutora Advogada. Depois de muito esforço Maria conseguiu se formar e realizou o sonho, agora então já Doutora, com o diploma na mão e podendo defender os fracos e oprimidos, sentiu-se com o peito cheio de orgulho. Um belo dia retornou Maria à pequena cidade, que estava um caos, tudo parado, e Maria não conseguia entender o motivo de tanta agitação, todos comentavam Morfeu Ulisses Ban de Oliveira o homem mais rico da cidade está preso, foi ele! Temos certeza, exclamavam a multidão.
Morfeu Ulisses Ban de Oliveira estava preso em flagrante, acusado de matar sua esposa, Lindi’Dallila Ban de Oliveira, chamaram todos os advogados das cidades circunvizinhas mas ninguém quis pegar o caso, a cidade estava comovida e todos queriam justiça, queriam matar o acusado, a polícia teve que fazer escolta para poder levar Morfeu Ulisses Ban de Oliveira de casa até a delegacia, pois queriam linchar o rapaz. Ninguém vai defender um assassino, psicopata, refutava os advogados chamados.
Foi então que Maria chegou a delegacia e com um tom de voz firme exclamou. _Eu aceito defender esse homem. Todos espantados não podiam acreditar que uma mulher quisesse defender um assassino de outra mulher, não poderiam admitir que esse monstro tivesse defesa, ainda mais de uma mulher, isso era o fim, quiseram impedir a moça, mas ela não se abateu, continuou firme em seu propósito, jamais desistiria de defender Arthur, pois Maria nunca havia desistido de nada em sua vida e não seria dessa vez que o faria. _Quero ver meu cliente! Exclamou Maria ao delegado, e ninguém irá interrogá-lo sem minha presença! Afirmou a moça.
O delegado levou Maria até uma sala, aonde mantinha Morfeu Ulisses Ban de Oliveira, separado dos demais presos, pois temia pela segurança dele. _ Venha Doutora, vou levá-la ao seu cliente!
E foi nesse momento, que Maria descobriu, que nada é como se pensa ser, que a vida pode pregar peças, que o destino é incerto e que o amor pode acontecer nas mais sombrias situações. Ela entrou na sala, olhou para Morfeu Ulisses Ban de Oliveira, estendeu a mão e disse:
_Bom dia! Eu sou sua advogada, e quero que você confie em mim. Estou aqui para fazer sua defesa, mas preciso que você não me esconda nada. Morfeu levantando os olhos ainda catatônico, olhando nas profundezas da alma de Maria, disse:
_Eu não sei o que está acontecendo, não consigo me lembrar de nada, eu não sei porque estou aqui. Mas vou confiar em você, me ajude por favor, me tire desse lugar, eu não sei o que fazer. Ela segurou sua mão olhou no mais profundo intimo de Morfeu Ulisses, e sentiu-se em outra galáxia, ela não conseguia entender o que estava sentido, mas sabia que nunca havia sentido nada antes igual. Seu coração gritou, sua visão embaçou, estava diante de um acusado de assassinato, assassino de sua própria esposa, mas algo dentro do seu coração avisava que ele era inocente e mais ela sentia que tinha que defender esse homem a qualquer preço. E foi o que fez, começou a investigar tudo sobre Arthur e sua esposa, era seu primeiro caso e mesmo com toda a sociedade contra, ela provaria a inocência de seu cliente.
O juri foi marcado, mas um dia antes ela visitou Morfeu, como sempre fazia todos os dias, e ele segurando sua mão chorando disse:
_Você foi a melhor coisa que me aconteceu, desde que perdi Lindi’Dalila, não havia encontrado motivos para viver, porém hoje sei que mesmo que você não consiga provar minha inocência, e mesmo que eu nunca mais saia desse lugar, você foi a melhor coisa que me aconteceu! Ela sem palavras queria nesse momento beijar o homem que ali acabara de se declarar, porém sua ética profissional a impedira de fazer. Continua…
OBRA: Meu primeiro caso CATEGORIA: Contos – A obra é original, de autoria da Dra. Lindalva Oliveira, é uma estória fictícia, com personagens fictícios, apenas para ilustração do conto artístico.
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