Maria Lindalva da Silva Oliveira 1

Meu primeiro caso parte II – O final

Postado em 26 de novembro de 2025 Por Maria Lindalva da Silva Oliveira Nascida no Sertão de Pernambuco, desde pequena tinha um sonho de se tornar (ATRIZ OU ADVOGADA). Passou pela linha da miserabilidade, sofreu violência doméstica, tornou-se mãe solo de dois filhos, virou faxineira, mas não perdeu o sonho de criança. Lutou e conseguiu realizar seu maior sonho.

[…] Maria não sabia o que falar ou fazer, mas ela precisava confessar uma coisa antes do júri, então respirou fundo e falou: – Arthur! Imediatamente ele olhou-a nos olhos e perguntou, como você sabe meu nome de infância? Maria respondeu, desde o primeiro momento em que te vi, meu coração já sabia que era você, meu melhor amigo de infância, por isso eu quis defendê-lo, porque a criança que eu conheci ainda está ai dentro do seu coração e jamais faria mau a Lindi’Dallila, você cresceu e se tornou Morfeu Ulisses Ban de Oliveira, mas sempre será meu melhor amigo, meu protetor, meu companheiro de escola, meu verdadeiro e único amor  e por isso não posso mais continuar sua defesa.

_ Como assim? Retrucou Morfeu. Maria Você não pode me abandonar, eu não sei o que fazer sem você, eu não matei a Lindi’Dallila, eu juro… Morfeu começa chorar e ficar nervoso, então o policial entra na cela e diz, – preciso levar o réu para começar o júri. – Não, por favor espere, ainda não terminei com minha advogada! – Sinto muito Sr. Morfeu, preciso cumprir o protocolo. Vire-se preciso colocar as algemas. – Não precisa usar as algemas nele, diz Maria com voz firme. Espere só mais um minuto que seguiremos para o júri.

Ambos olharam-se de forma tão sublime que por um instante se transportaram ao Éden, nem parecia   estarem em uma cela de prisão, Maria diz, se eu continuar a defendê-lo, nunca poderei ser sua. Então em menos de 30 segundos preciso decidir minha vida profissional e pessoal. Escolho defende-te, pois sem mim estarás perdido, abro mão do meu coração, do meu amor, da milha felicidade em prol de sua liberdade e de minha ética profissional.  Seguem para o plenário do júri.

– Levantem-se o Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Menellaw entrou em plenário! Todos ficam de pé, o juiz inicia a sessão do júri. O promotor de justiça, Dr. Antony Zimer inicia os debates. Mostra várias fotos no telão, laudos periciais e chama o Sr. Atherman o caseiro do sítio do Sr. Morfeu para testemunhar sobre a noite do crime.

–  Por volta das 22:30 HS, o Sr. Morfeu chegou de carro, entrou no sítio e como ele sempre vinha tarde, não achei por bem ir incomodá-lo, então não fui até a casa grande e voltei a dormir, no outro dia logo cedinho como sempre faço, fui chamar o senhor Morfeu e percebendo que a porta estava aberta, entrei na casa e chamei o meu patrão que não respondeu, fui até o quarto do casal e encontrei a senhora Lindi’Dallila em cima da cama toda suja de sangue e o senhor Morfeu ao lado com a faca na mão. Então gritei, meu Deus que desgraça é essa? Senhor Morfeu acordou e gritou, meu Deus o que eu fiz? O que aconteceu? E começou a chorar e não sei como, até porque não deu tempo eu ligar para a policia, a casa estava cheia de homens armados e batendo no senhor Morfeu, então a policia chegou e o levou, só voltei a vê-lo hoje. Não tenho mais nada a declarar. Encerrando o depoimento o Sr. Atherman, se retira do plenário.

– Vossas Excelências! Exclamou o  O promotor de justiça, Dr. Antony Zimer, acabaram de ouvir o testemunho do Sr. Atherman, o caseiro da casa do acusado, ficando mais que provado que o assassino da senhora Lindi’Dallila foi o seu marido, este homem que vos apresenta como um santo, mas que na verdade é um demônio, este homem que era para cuidar e proteger sua amada esposa, foi seu algoz, seu sepulcro, sua desgraça, sua morte.  Portanto eu suplico aos Senhores Jurados que condenem esse monstro a pena máxima de 40 anos de reclusão em regime fechado, pois merece pagar pela barbárie que cometeu com essa pobre senhora. Terminado a fala do Promotor de justiça, a advogada de defesa Dra. Maria, entra no plenário do júri para fazer a defesa do acusado.

 – Peço licença para adentrar neste Egrégio Tribunal do Júri, quero cumprimentar o Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente dessa sessão e dizer que para mim é uma honra atuar ao lado de Vossa Excelência. Quero cumprimentar o Nobre Colega da Promotoria Dr. Antony Zimer, dizer que é um prazer inenarrável atuar ao lado do nobre colega. Também cumprimentar os policiais militares que fazem nossa segura, aos familiares da vitima ao réu meus cordiais cumprimentos e aos Excelentíssimos Senhores Jurados, meus mais sinceros agradecimentos, por terem se desprendido de vossos afazeres e se fazerem presentes neste   Egrégio Tribunal do Júri, conto com a ajuda dos senhores para fazer justiça neste Tribunal. O nobre colega do Ministério Público falou brilhantemente, trouxe provas e testemunhas para acusar meu cliente, Morfeu Ullises Ban de Oliveira, um homem integro, justo, honesto e apaixonado que jamais faria nenhum mau a sua amada esposa, esse homem que vos apresenta como um santo, não é um santo, mas também não é um demônio, tão pouco um monstro como aqui foi pintado pelo nobre colega, nunca desrespeitou nenhuma mulher em toda sua vida, sempre foi carinhoso, amoroso, educado, um gentleman , conduta ética e elevada, sempre tratou toda e qualquer mulher como rainhas, sua conduta é inquestionável,  poderia passar a eternidade adjetivando as qualidades do meu cliente, porém peço autorização ao Excelentíssimo Juiz Menellaw presidente dessa sessão para acostar aos autos do processo um video que prova a inocência do meu cliente.

– Sim, doutora Maria, defiro seu pedido, conecte no telão o vídeo mencionado! Exclamou o Juiz. Um silêncio tomou conta do Tribunal, todos queriam saber que vídeo era esse. O serventuário da justiça conectou o pendrive no telão e as cenas que se seguiram era estarrecedoras. 22:30 HS, da noite do crime, o carro de Morfeu entrou no sítio, demora uns 5 minutos, o homem que desceu do carro não era Morfeu. Ele abre a mala do carro e tira Lindi’Dallila de lá já morta, coloca nos braços e entra na casa, 2 minutos depois retorna ao carro no bando traseiro abre a porta e pega Morfeu que está desacordado, então ele joga-o nos ombros e leva para dentro de casa. Ele coloca Lindi’Dallila na cama do casal, depois coloca Morfeu deitado ao seu lado com a faca na mão, ela já está morta, Morfeu está dopado, a cena está armada para incriminar o homem mais rico da cidade, destruir sua vida. O video continua e o homem volta ao carro, pega uma maleta e vai embora pelo portão principal, deixando para trás um rastro de desgraça, dor, morte e destruição. A cidade inteira estava assistindo o júri e não podiam acreditar no que acabará de assistir no telão do Tribunal, acabaram de assistir a comprovação da inocência de Morfeu, que era tão vitima quanto sua esposa. O Excelentíssimo Juiz mandou fechar os portões do auditório e mandou chamar a policia para reforçar a segurança, a multidão revoltou-se com o que acabará de assistir, mas em questão de segundos o verdadeiro criminoso que ali estava foi preso. A policia recolheu o verdadeiro culpado (O promotor de justiça, Dr. Antony Zimer) ele era o homem que havia tramado a destruição da vida do casal, ela era completamente apaixonado por Lindi’Dallila e nunca se conformou de tê-la perdido para seu melhor amigo.  Morfeu saiu  livre, destruído por dentro, sozinho sem Lindi’Dallia, completamente sem rumo, mas livre. Maria provou sua inocência diante de toda  cidade.

Poderia dizer que eles foram felizes para sempre, mas Doutora Maria, escolheu sua ética profissional, no momento que continuou defendendo Morfeu ela fez uma escolha: Escolheu sua profissão ao amor, sua ética a paixão, sua carreira ao desejo de viver uma paixão. Ela pagou o preço da liberdade de Morfeu, abdicando de seus sentimentos e seguindo por uma jornada de luz e gratidão. Ela ama esse rapaz com toda a sua essência, com toda sua alma, mas deixou sua razão dominar sua emoção e foi feliz com sigo mesma, em uma estrada repleta de prosperidades e oportunidades. Maria sempre será o amor de Morfeu, mas existem amores que não podem ser vividos, somente lembrados no coração e na alma.

Essa é a estória de um amor proibido, um amor não vivido, porque existem outras formas de amar, MARIA será feliz para sempre, porque escolheu se amar, escolheu seu melhor MARIDO, qual seja sua PROFISSÃO.

OBRA: Meu primeiro caso Parte II – O Final CATEGORIA: Contos – A obra é original, de autoria da Dra. Lindalva Oliveira, é uma estória fictícia, com personagens fictícios, apenas para ilustração do conto artístico.

                                                                          FIM!

A Editora OAB/PE Digital não se responsabiliza pelas opiniões e informações dos artigos, que são responsabilidade dos autores.

Envie seu artigo, a fim de que seja publicado em uma das várias seções do portal após conformidade editorial.

Gostou? Compartilhe esse Conteúdo.

Fale Conosco pelo WhatsApp
Ir para o Topo do Site