Este artigo foi construído de forma a dar visibilidade ao livro “Descobrindo o mundo todo”, que foi escrito com muita dedicação e será publicada neste ano. Essa obra se trata de uma abordagem social importante, não apenas para as pessoas com autismo e suas famílias, que irão se identificar, mas principalmente para as pessoas que não tem essa vivencia com pessoas que possui autismo diariamente.
Ler um livro infantil com abordagem leve, mesmo se tratando de um tema tão importante e sério, sobretudo tão atual, faz com que as pessoas tenham acesso a informações jamais obtidas desta maneira antes, de forma sutil e direta para que elas consigam se identificar, ou ainda pensar sobre este assunto.
O Censo Demográfico 2022 identificou 2,4 milhões de pessoas com diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA), no Brasil, o que corresponde a 1,2% da população. A prevalência foi maior entre os homens (1,5%) do que entre as mulheres (0,9%): 1,4 milhões de homens e 1,0 milhão de mulheres foram diagnosticados com autismo por algum profissional de saúde. Entre os grupos etários, o de maior prevalência foi o de 5 a 9 anos (2,6%). (ibge.gov.br).
Inclusive, segundo o Jornal Diário de Pernambuco de 23 de maio de 2025, baseado no mesmo Censo Demográfico de 2022 diz que: Pernambuco é o oitavo estado brasileiro com maior número de pessoas diagnosticadas com transtorno do Espectro autista (TEA).
Um dado expressivo quando se trata de tantas pessoas com transtorno mental. E notadamente nos vemos em um momento de necessária atenção para essa demanda social.
Este artigo foi baseado em relatos de caso de mães atípicas que contaram como é o dia a dia de seus filhos, em casa, em ambientes públicos, escola, e nas sessões de diversas terapias necessárias para o desenvolvimento deles.
Falaram sobre a emoção de escutar a fala de seus filhos pela primeira vez, sobre viagens feitas com eles, todo material de pesquisa foi feito por meio de conversação espontânea e vídeos gravados pelas mães e encaminhados de forma espontânea, tendo em vista o estudo para a elaboração deste livro. Foi usado também a literatura de Le Vygotsky (Psicólogo russo, conhecido por sua teoria sociocultural), além de sites pertinentes para embasar ainda mais o conteúdo exposto.
Assim que a arte do livro foi finalizado, imprimi despretensiosamente para o meu único filho, Luca – a quem prestei homenagem no livro com seu nome – 6 anos, típico, que está no início do seu aprendizado na leitura, e ele além de não soltar o livro durante dias, conseguiu fazer assossiação entre o livro e uma situação na escola, falando sobre um amigo que é autista e estuda na mesma escola que ele, como no livro da mamãe, ele ressaltou, e isso fez com que eu visse que além de entender e associar facilmente ele conseguiu ser educado diante do contexto e criou empatia imediata pelo assunto.
O que me fez enxergar o quanto a absorção de informações práticas e precisas são fundamentais na infância para que saibamos entender o mundo melhor.
Lev Vygotsky, conhecido por sua teoria do desenvolvimento cognitivo, enfatizou a importância da interação social e cultural no aprendizado. Suas ideias sobre inclusão se baseiam na compreensão de que cada indivíduo, com suas particularidades, tem potencial para aprender e se desenvolver em um ambiente de suporte e mediação.
“A interação social é a origem e o motor da aprendizagem e do desenvolvimento intelectual”
(VYGOTSKY, 1987).
O Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a interação social, comunicação e comportamento de uma pessoa, com um espectro de graus de suporte para suas demandas diárias.
Para que informações sobre o autismo cheguem a mais pessoas, é fundamental aumentar a conscientização, promover a educação e o acesso a recursos informativos como este, além de fortalecer a comunicação e o combate ao estigma.
Por este motivo se faz necessário uma maior atenção voltada a este tema tão pertinente e cada vez mais debatido na área medica, terapêutica e social.
Importante tratar essa demanda social desde a infância, para que o maior número de crianças tenham acesso a conteúdo educativo e consiga enxergar este espectro com naturalidade e leveza, aprendendo que as pessoas são diferentes e tem demandas diferentes.
O presente estudo reforça a importância de promover a compreensão, o reconhecimento e a empatia em relação ao transtorno do espectro autista, permitindo que um número cada vez maior de crianças e famílias tenham acesso a uma experiência educativa pautada na ludicidade do livro. Essa abordagem torna o entendimento e o acolhimento verdadeiramente possíveis.
Ao vivenciar essa leitura com meu filho, percebi o quanto foi significativo observar sua identificação com pessoas dentro do espectro, despertando nele uma nova forma de ver e se conectar com o outro. Essa experiência não só promoveu um aprendizado social e inclusivo, como também me fez reconhecer o poder transformador do conhecimento compartilhado com afeto.
Portanto, acredito no valor de iniciativas que favoreçam a construção de sinapses baseadas na educação, cuidado e no respeito mútuo.
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